O mundo do skateboarding brasileiro enfrenta um momento de tensão e incerteza. A Confederação Brasileira de Skateboarding (CBSk) está em um impasse com a Confederação Brasileira de Hóquei e Patinação (CBHP) e o Comitê Olímpico do Brasil (COB) a respeito de quem deve representar a modalidade nas Olimpíadas de Paris.
Este conflito não é novo. Já em 2017, a CBSk lutava pela sua legitimidade, reconhecida na época pelo COB. No entanto, recentemente, a postura do COB mudou, deixando de reconhecer a CBSk como representante legítima, o que abriu caminho para a CBHP tentar assumir o controle do skateboarding.
O argumento central do COB é a necessidade de “representatividade única“, alegando ser uma exigência da Carta Olímpica. Contudo, a CBSk contesta essa interpretação, argumentando que tal exigência é mais uma vontade política da Federação Internacional de Roller Sports (World Skate – WS) do que um mandato da Carta Olímpica.
A CBSk propôs um acordo à CBHP, sugerindo que, enquanto o skateboarding é olímpico, a CBSk deveria ser a representante junto à Federação Internacional. Em contrapartida, se alguma modalidade de hóquei ou patinação se tornasse olímpica, a representatividade alternaria por ciclo olímpico. A proposta foi rejeitada pelo presidente da CBHP.
O COB tem sido acusado de falta de apoio à CBSk. A Confederação de Skateboarding destaca sua história de conquistas esportivas e gestão eficiente, contrastando com a CBHP, cujo presidente é criticado por se perpetuar no poder e por não ter experiência com o skateboarding.
O impasse tem consequências financeiras significativas. A CBSk recebeu um orçamento robusto para 2024, mas, com a incerteza sobre quem representará o skateboarding, existe o risco de perder esses recursos.
A CBSk, apoiada pelo Ministério do Esporte, reivindica sua autonomia e legitimidade, enfatizando sua eficácia e transparência. A entidade espera que a situação se resolva sem prejudicar o skateboarding brasileiro.
Esse embate evidencia a complexidade das relações entre as federações esportivas e os órgãos olímpicos, destacando a importância da autonomia e representatividade legítima no esporte. Resta esperar que uma solução justa e favorável para o skateboarding brasileiro seja alcançada, mantendo o foco no desenvolvimento e sucesso dos atletas.